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O “novo ensino médio”: reflexões necessárias.


Texto:Prof. Chico Gretter.



O tal "novo ensino médio" é resultado direto da Medida Provisória 746/16 (governo Temer, ministro da educação Mendonça Filho) que foi aprovada no início de 2017 se tornando a Lei n° 13.345/17 e que tornou possível todas essas consequências neotecnicistas para a educação: Novotec, PEI, desvalorização da carreira, das Ciências, etc. e a consequente maior desvalorização das Ciências Humanas e da Filosofia, a descaracterização das disciplinas, o que é um equívoco terrível dos "teóricos" da "Pedagogia das competências", mas uma equivoco pensado maquiavelicamente por esse teóricos do PSDB que defendem a educação empresarial, bem como e de todos os partidos e empresários neoliberais, bolsonaristas da direita reacionária e fascista. Por que é pensado?

Porque essas reformas, aparentemente inovadoras, não passam de uma cortina de fumaça para a mercantilização da educação e das escolas públicas, uma farsa bem arquitetada pelo governo neoliberal de João Dória/Rossieli que a apresenta como se fosse a “salvação” da educação e da escola pública; na verdade, será o fim da educação pública, progressista crítica, inclusiva, de qualidade e a destruição das carreiras do magistério e dos agentes escolares. Basta ver o último projeto de lei de João Dória que propõe a eliminação pura e simples de vários direitos dos educadores/as. Enquanto isso, as escolas particulares da elite continuam com seus quadros disciplinares e um corpo docente bem pago, que possibilita dar uma excelente formação aos filhos da burguesia e da classe média alta, cujos jovens irão para as Universidades Públicas e, eles sim, farão faculdade

Infelizmente na época da citada Medida Provisória n° 746/16 do governo federal Temer, não houve a necessária mobilização dos educadores e suas instituições e sindicatos. A APROFFESP fez seu terceiro Encontro Estadual de Professores de Filosofia do Estado de São Paulo na UNINOVE, que tratou diretamente dessas reformas em andamento, mas não tivemos a devida atenção da APEOESP que nem enviou um representante, embora tivéssemos convidado a Presidenta...muitas vezes nosso Sindicato se perde em miudezas e se esquece de focar as questões essenciais. Agora com todo arcabouço legal aprovado, o que podemos fazer para reverter o estrago feito e que avança? Parece que alguns, que agora gritam contra a "farsa do novo ensino médio", estavam dormindo ou iludidos em 2016, 2017, 2018...De qualquer forma, a luta sempre é possível e necessária. Mas é preciso que nossas lideranças e a APEOESP saia da letargia e das velhas picuinhas e vaidades. E a Subsede Oeste-Noroeste-Lapa, que possui valorosos lutadores, tem que exigir isso e ampliar suas lutas regionais para um movimento estadual de luta articulada pelo Sindicato. Para isso é preciso superar a fragmentação das tendências em nome da unidade na luta, chamando os professores/as da base, cuja maioria não entende e não quer a eterna e constante disputa política, necessária, mas nem sempre oportuna e leal. É necessário organizar, unir e lutar contra esse governo neoliberal, neotecnicista e autoritário, em favor da escola pública progressista, crítica, de qualidade de verdade e libertadora!


São Paulo, 09/08/2021.

*Chico Gretter – Filósofo, mestre em educação pela USP, co-fundador e Diretor da APROFFESP, Conselheiro Estadual da APEOESP pela Subsede Oeste-Lapa.


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