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Não ao desmonte das disciplinas da área de humanas!


APROFFESP ESTADUAL***



A APROFFESP vem a público manifestar seu total repúdio ao desmonte das disciplinas de humanas no currículo do novo ensino médio proposto e apresentado pelo governo do estado de São Paulo, em particular a Filosofia. Novamente o governo prioriza o ensino tecnicista e empresarial e projeta um modelo de ensino que exclui a formação do pensamento crítico, a análise sócio-histórica e a arte como forma e e expressão da experiência humana.

Este mesmo modelo que tentam impor, só que agora com maior sofisticação, adota a mesma estratégia dos governos na ditadura militar, proclamando como disciplina de menor relevância para a formação da juventude a Filosofia. A alegação está baseada num argumento raso e vil, pois coloca que a decisão foi baseada em consulta a alunos e professores, o que não é verdade, como se isso fosse suficiente para retirar a importância histórica e social de disciplinas das ciências humanas, principalmente a filosofia, que traz em sua linha do tempo a grandeza e ordenamento do pensamento humano, assim como códigos éticos e estéticos para as sociedades em todo o mundo. Por que os neotecnicistas e empresários da educação se recusam a aceitar este fato? O que eles temem no ensino da Filosofia, da Sociologia, da História, das Artes???

Não nos causa espanto, mas indignação, assim como no passado, e mais recentemente quando a APROFFESP se fez presente no embate do Novo Ensino Médio, alertando as consequências de um modelo de educação que parece só pensa em capacitar para mão de obra técnica e robótica, “educação financeira” (?), construindo uma geração de analfabetos funcionais e cidadão de segunda classe. A disputa por espaços pedagógicos também abrange uma espécie fanatismo religioso, fundamentalista, que tenta tirar da própria Filosofia sua legitimidade em discutir o homem crítico, ético, o homem político, ou seja, cidadão da Pólis.

A política educacional do atual governo do Estado de São Paulo - Tarcísio/Feder - coloca em xeque o profissional professor, com a inaceitável negação da liberdade cátedra através da vigilância nas salas de aula sob a batuta de plataformas digitais e suas exigências e controle quase que totais. O modelo não serve e não atende às necessidades humanas e sociais que nossos alunos precisam como pessoas e futuros cidadãos e trabalhadores. A filosofia tem também seu papel na desconstrução de falácias, combate ao argumento falso, palco hoje de “fake news” e uso das tecnologias de massa. Este propalado “mundo da pós-verdade” é um mundo dos terraplanistas e da mentira em favor do obscurantismo, da exploração e da opressão dos mais pobres e vulneráveis da sociedade. Diante de tantos desafios, em uma estrutura social baseada no individualismo, na falta de empatia e na violência cotidiana, a Filosofia é mais que necessária, é primordial que esteja presente de forma justa na grade curricular, seu lugar histórico de direito!

A APROFFESP ESTADUAL já tem em seu currículo a luta de mais de uma década na vontade obstinada para levar a Filosofia às novas gerações e a toda sociedade e não se furtará novamente em fazê-lo neste momento crítico da educação paulista e brasileira. Parafraseando um artigo da eminente filósofa Marilena Chauí, “Os inimigos da Filosofia não passarão”!!!

DIRETORIA DA APROFFESP

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