Por:Maurílio Galdino ***
O ser humano é um animal racional, e por isso ele sempre balança entre uma moral animal e
racional.
Filosofia animal
Moses Finley foi o primeiro cientista político a levar a sério o lado animal, antropológico, dos
seres humanos para compreender sua ação política. Segundo Finley, os macacos mais fortes e
férteis sexualmente escolhiam as bonitonas para reproduzir e se tornavam reis. Os macacos
fracos, feios e desesperados estão condenados a obedecer o chefe e ficar com as macacas véias
e doentes. Essa tese de Finley se aplica à classe média e aos seus líderes machistas, à Bancada
da Bala e da Bíblia e aos 300 Picaretas e aos bolsonaristas quando quando eles seguem seu
instinto animal: “tudo é meu e se entrar no meu território morre!”. Os fascistas, os capitalistas e
os comunistas, o Moro e o Delagnol, também entram nessa antropologia política de Finley
quando mandam os seus inimigos, o Lula e os negros para a cadeia: “Eu sou a lei e se
desobedecer eu prendo!”
Filosofia racional
Desde a invenção da escrita escutamos histórias do ser humano racional e inteligente.
Infelizmente, descobrimos com os confucionistas e com os filósofos gregos que o terreno
racional é um terreno argiloso, tudo depende do ângulo que se vê, tudo muda a toda hora: “O
Mal é bom e o bom é mal”, Ying-Yang... e Jesus manda amar o próximo, mas desce o cacete no
Bispo Macedo e outros que "roubam" o dinheiro do Templo. Hoje a filosofia de guerra
do Movimento Carismático e dos Evangélicos se resume nessa frase: “Eu falo com Deus e se
você não votar em quem eu mando você vai pro inferno!”
Nesse contexto, o que é ser racional e inteligente? Basicamente ser esperto e mentiroso,
manipular Deus por interesses mesquinhos ou no mínimo ser um pragmático: “Eu te dou isso
em troca de milagres, dinheiro e poder.
Guerra preemptiva
Atras das guerras modernas de hoje, nós podemos identificar duas filosofias dominantes: a da
"Guerra preemptiva” (ou preventiva), onde você ataca antes de ser o atacado, e a “Guerra
existencial”, onde você destrói o inimigo para não ser destruído, como fizeram os genocidas da
Bósnia-Herzegovina, os Tutsi de Uganda e os Jihad Islâmico no Iraque. A primeira parte dessa
filosofia de guerra é de desumanizar o inimigo. Por exemplo, os nazistas e Israel não respeitam
os direitos humanos dos inimigos porque, para eles, os judeus e os palestinos não são humanos,
são animais. Quanto à filosofia da “existência”, a Rússia acaba de dizer que só vai utilizar suas
bombas atômicas contra a OTAM e a Ucrânia quando ela se sentir ameaçada de desaparecer, de
perder suas fronteiras.
Filosofia de Guerra brasileira
Dizem que filosofia de guerra brasileira é a mesma desde o descobrimento, carente de pai e de mãe, sem moral nem autoestima. A elite brasileira detesta o seu povo banguela e seu território barrento e está sempre querendo imitar os EUA e a Europa, chupando as botas do ditador do dia. Essa filosofia também se aplica ao seu projeto econômico, de mandar o filé mignon para fora e de chupar o osso, improvisando e se salvando quando o cinto aperta, vendendo madeira, açúcar, café, minério e petróleo para o exterior quando o mercado internacional entra em guerra (o sorte!). Infelizmente para os brasileiros, Bolsonaro foi mais burro que a elite caipira e vai perder a oportunidade de fazer dinheiro vendendo petróleo durante a guerra da Ucrânia - porque ele privatizou a Petrobras, a Eletrobras e as nossas multinacionais públicas.
Chora peão!
Maurílio Galdino- Cientista político, morando no Canada
– 23 de março de 2022
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