AFORISMO
- Aldo Santos
- 24 de mar.
- 3 min de leitura

Wagner Sant' ana***
Há um prazer na Filosofia, e mesmo que as mais vulgares necessidades da existência arraste aquele que se propõe a ter um estilo de vida filosófico para a carnificina do lucro, exploração e disputa, para essa ridícula hierarquização do ser humano e esse maldito senso comum, existe aqueles que resistem bravamente as consequências, e persistem em viver esse estilo de vida filosófico de pensamento e a sua verbalização através da práxis filosófica.
Sim! há um deleite fantástico quando este amor pela busca da Verdade se faz presente além das futilidades humanas. Algo além do homem. Algo que instiga a superar a própria condição humana. Além dos vícios e virtudes, do bem e do mal. Como afirmava Nietzsche, "o homem tem que ser superado".
A maior parte de nossa vida é destituída de significado, no qual vivemos automaticamente a futilidade mercadológica pregada através de uma manutenção constante, doutrinaria e obsessiva por um estilo de vida. De maneira avassaladora a humanidade caminha para um grande colapso irreparável.
Ser o refluxo deste grande fluxo requer um preço altíssimo a ser pago de dor e luta constante contra o caos que nos cerca e que está dentro de nós.
Com a Filosofia, aprendi que não preciso de milhões, mas de respostas as minhas perguntas e soluções as minhas indagações.
Aprendi que as coisas passageiras podem ser eternas, e com isso poderei sempre ter serenidade diante do inevitável, e mais ainda, sorrir quando a morte aparecer.
Muitos dizem, até mesmo alguns que estão inseridos de alguma forma no contexto e estudo filosófico, que a Filosofia é inútil. Tão obscura quanto a ignorância e tão estagnante quanto a satisfação. Mas por experiência própria, posso afirmar que não existe nada tão obscuro que não possa ser encontrado nos livros escrito pelos grandes filósofos. Assim como tenho certeza de que a Verdade não me fará rico, mas me tornará livre.
Todo e qualquer conhecimento começa como Filosofia e acaba em Arte, contudo, muitas das vezes esse conhecimento se estagna antes de virar Arte, por conta do egoísmo e interesse humano. Interesse este perverso e irresponsável, no qual não se dão conta do atraso que causam na evolução da ordem natural das coisas, que por si só viveriam em recíproca harmonia se não fossem essa ânsia insana pela riqueza e pelo poder que a humanidade lutam.
Assim como Heráclito afirmava em seus fragmentos que "tudo flui, nada persiste ou permanece o mesmo", devemos nos dar conta que também o conhecimento é mutável, de acordo com o momento histórico e das condições materiais e a vivencia cultural de cada pessoa.
Sendo assim, não podemos nos apropriar do conhecimento adquirido através dos escritos deste ou daquele sábio como sendo a verdade absoluta e jamais passível de erro e adaptação. Qualquer forma de apropriação do conhecimento, pressupõe a exploração, tirania e o domínio através do Poder tomado ou institucionalizado.
Toda pessoa é dotada de individualidade, razão e senso crítico, e com isso, também tem uma história de vida e uma cultura particular. Portanto, suas conclusões, adaptações e anseios têm que ser respeitados e não censurados, mas guiados por aqueles que detém um maior conhecimento e vivência, e não combatidos. Afinal, o presente é de todos, mas o futuro é mais deles do que para os mais velhos.
As vestes empoeiradas do tempo, cabe a juventude sacudi-las. Quem melhor que a juventude para guiar a humanidade ao progresso incansável da evolução? Não tenhamos medo do novo!
A Filosofia me ensinou que em todo humano há algo que eu posso aprender com ele, e que eu posso ser discípulo de qualquer pessoa, sem que meu orgulho seja ferido. Basta eu ter ouvidos e alma para ouvi-los, olhos e coração para enxergá-los.
Ouçamos essas pessoas, esses conhecidos anônimos. Nunca perder a esperança nas pessoas. Estejamos prontos para perdoar-lhes os pré-conceito e o senso comum aprimorado, porém passageiro. Estejamos também ansiosos em aprender as lições que cada um está tão ansioso por dar.
Não se preocupe se os professores de Filosofia são bons ou ruins, mas pense apenas na Filosofia propriamente dita. A examina bem e com sinceridade, e se ela for má, procure afastar dela o máximo de pessoas possíveis, mas se ela for boa, tome-a para si, viva-a e a propague.
Wagner Sant' ana; 36 anos, Formado em Licenciatura em Filosofia, Artes Dramáticas - DRT: 0038675/SP, Pós Graduado em Filosofia e Economia Política, e Ensino de Geografia. É de Guarulhos - SP.
Atualmente leciona Filosofia, Sociologia e História na Rede Pública e Particular de Ensino.
Parabéns,Wagner.Adorei seu artigo.Avante!Tmj.