Lúcia Peixoto***
Dizem que o tempo é bom conselheiro, por isso sempre me atentei aos conselhos do tal "Velho Ditado". Hoje acordei cedo, ainda que não tenha que ir ao trabalho do qual estou temporariamente afastada para cuidar da saúde (saudades da vida que transborda dos adolescentes em sala de aula... do sorriso do menino que sempre me acolhe dizendo, então professora bora filosofar!?) Com tempo livre para ruminar resolvi me revisitar, reler minhas "mal traçadas linhas" é sempre um deleite. (ainda que encontre erros de conjugação, caligrafia e até uns devaneios a mim mesma incompreensíveis). "Folhei" o Farejador Filosófico - Profª Lúcia Peixoto: Espaço de Reflexões Poéticas, Debates Filosóficos e Políticos. (https://farejadorfilosoficoo.blogspot.com/?m=1) Me detendo numa postagem de 2017 pós golpe do Impeachment da presidenta Dilma. Assim me posicionei na ocasião: Sob o titulo: Sobre Ruminar e Regurgitar: Velhos Ditados! Precisei de um tempo para ruminar o acontecido, e por fim engolir, não sem o risco de regurgitar minha consciência militante, não pude digerir e cá estou a pôr para fora. Como bem disse meu amigo filósofo Aldo Santos, que não é nenhum velho para deitar ditados, apenas jovem há um pouco mais tempo que eu, "Somos uma geração de poetas militantes, onde os versos vomitam verdades, a sensibilidade vomita ódio e o engajamento pavimenta estradas de um novo amanhecer." Como "Cada coisa tem o seu tempo", tenho aprendido que é preciso paciência histórica e sabedoria filosófica até mesmo para parafrasear a quem nos inspira, ouso então parafrasear o jovem filósofo acima citado, afim de poder "contextualizar dores e utopias e apontar os caminhos por onde devem trilhar os apaixonados pelo bom, belo e grávidos de um mundo antagônico ao sistema de morte que é o capitalismo." Para não tomar em demasia o tempo de quem me lê, vou direto ao ponto de partida, à história que me motivou a escrever estas “mal traçadas linhas”, já me sentindo, por vós leitor@s perdoada, afinal até "Deus escreve certo por linha tortas". Assim escreveu em, 17 de julho de 2017 o também jovem há quase o mesmo tempo que eu, o comandante Nelson Marques em seu facebook. "Desde criança sempre fui preocupado com as consequências de que os pequenos problemas poderiam tornar-se grandes... Eu gostava de me embalar numa rede atada na sala, aí reparei que os armadores estavam gastos; não pensei nem no que poderia acontecer se eles se rompessem, pensei na dificuldade financeira em que vivíamos: Como a minha mãe iria comprar outros e pagar a mão-de-obra para a substituição das peças, haja vista que ela ganhava apenas uma pensão do meu falecido pai? Desde esse dia que percebi o iminente perigo parei de me embalar. Hoje continuo me preocupado com coisas bem maiores, a política por exemplo. Ninguém prestou a atenção de que o armador estava desgastado, por isso a queda foi grande..." Passado esse tempo...
Hoje 25 de agosto de 2022 me fixo no "armador" a democracia, feita bordão que vai se desgastando em tantas bocas, algumas até bem intencionadas, como meu amigo infante a embalar-se na rede julgando-a segura, outros no entanto já pesados demais a pendura-se com seus vícios, demagogias e todo o tipo de paralogismos. O labor historiográfico é sempre árduo, por vezes doloroso. "Olhar pelo retrovisor da história, seguir adiante sem desviar dos velhos obstáculos parece sina de quem nada aprende com os velhos ditados: errar é humano, persistir no erro burrice!" Mesmo sabendo que se "conselho fosse bom não se dava de graça", finalizo aconselhando. Para @s que se julgam no mais elevado cume: "Quanto mais alto se voa, maior é o tombo". Para @s subjulgad@s: "Quanto mais se abaixa, mais se mostra a bunda".
Gratidão queridos Aldo Santos e Nelson Marques!
Lúcia Peixoto - Professora de Filosofia na Rede pública Estadual, Ex-presidenta da Aproffesp,Poeta, Artesã, Bacharel em Ciências da Religião, Licenciada e Pós Graduada em Filosofia, Cursando Formação Pedagógica em História.
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