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Crônica : O peso da toga e o cinismo contraditório …

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James Prado Gondim***



Há decisões, que pesam mais que as palavras que as sustentam. No silêncio frio, das salas do Supremo, as togas carregam não apenas o peso das leis mas, também, a expectativa de uma nação , cansada das farsas e mentiras. E eis que, num mesmo sopro de sentença, o ministro Fux conseguiu , o que parecia impossível : inocentar o Chefe e condenar os executores, por um crime que , em suas argumentações não existiu.


O script apresentado: Bolsonaro absolvido, sob a justificativa de que não havia o crime e, Cid e o general , condenados pelo “ crime de abolição do Estado de Direito”. Um paradoxo que faria corar, aos manuais da lógica. Afinal se não houve crime, como pode haver criminosos? Se não há fogo, por que a lenha arde?


Claro, o ministro usa o seu “Sagrado Livre convencimento”, este salvo conduto que dá à toga, o direito de proferir , tal sentença , sem esgarçar o tecido da Justiça. Mas , neste caso . A linha não apenas esgarçou, mas sim revelou-se sob o olhar atônito da sociedade.


Seria cinismo? Falta de coerência ? Ou seria, apenas, a velha e triste falta de caráter que, tantas vezes, se esconde atrás de discursos polidos e Latins de ocasião ?


Enquanto isso, Mauro Cid e o general são jogados ao fogo, enquanto o verdadeiro artífice da instabilidade política, sorridente, se livra das cinzas que ele próprio espalhou. A história se repete: absolvições seletivas, condenações convenientes, e a Justiça servindo mais ao teatro do que a verdade.


Acredito no “Livre Convencimento”, dos togados , mas pergunto: até quando servirá para acobertar o cinismo e falta de compromisso com a verdade?


Porque uma Justiça incoerente, não é apenas injustiça, mas sim m um insulto ao próprio Estado de Direito que deve proteger …


São Bernardo do Campo, 11 de Setembro de 2025.


James Prado Gondim


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@ 2020 ABC DA LUTA 

OS TEXTOS PUBLICADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES

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