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A próxima missão do capitalismo é...



Por : Aldo Santos .


A próxima missão do capitalismo é se livrar de metade da população do planeta...

Com o debate da conjuntura em plena pandemia, alguns termos vem à tona, como biopoder, necropolítica e necrocapitalismo, reforma ou revolução.

Michel Foucalt retratou inúmeras técnicas para se obter a subjugação dos corpos, visando o controle populacional. Achille Mbembe, filósofo da República dos Camarões, , estudioso da escravidão, da negritude e da descolonização, propõe o debate sobre a política de morte, a Necropolítica, conforme esclarece no livro de sua autoria. Sobre o Necrocapitalismo e a revolução da classe operária, os mais destacados são Karl Marx, Engels, Lenin e outros/as, através de inúmeras obras, como O Manifesto Comunista, O Capital e dezenas de outras, que levaram à grande experiência socialista na Rússia, em 1917, com a tomada do poder pelos trabalhadores.

A revista Carta Capital, na edição especial de fim de ano, 30/12/2020, dentre as várias reportagens com temas envolventes sobre as mais variadas pautas mundial, a entrevista de Krenac merece ser lida e debatida com seus amigos ou agrupamentos: "A Pandemia virou um ensaio sobre a morte e realiza desejos do sistema".

Após significativo balanço sobre os mais variados momentos da vida política brasileira e do sistema capitalista, ao ser perguntado sobre os sinais da queda do capitalismo, ele vai afirmar que: “vivemos uma fase grotesca do capitalismo, mas não acho que estamos em uma crise que vai diminuir a potencialidade dele. O capitalismo tem produzido uma mudança em si mesmo porque não fomos capazes de produzir uma mudança fora. Ele vai destruir o mundo do trabalho como conhecemos, e vai dispensar a ideia de população. Essa pra mim, é a próxima missão do capitalismo: se livrar de ao menos metade da população do planeta. O que a Pandemia tem feito é um ensaio sobre a morte. É um programa do necrocapitalismo”.

De fato, a pandemia do coronavírus desnudou os impérios, dissecou as vísceras do capitalismo e por mais que esteja superado historicamente, o mesmo ainda está vivo politicamente; é um alvo a ser atingido de morte.

Já para o filósofo italiano Franco Berardi, o capitalismo ainda está no poder, porém, está morto, conclui que a pandemia nos deixou duas opções: “ou fundamos uma nova sociedade ou acabaremos com a espécie humana.

E o trauma que estamos vivendo agora, a pandemia de covid-19, seria um sintoma mórbido? Como dizia Antonio Gramsci, o velho mundo agoniza, mas o novo tarda a nascer?


É claro e cristalino. O velho mundo está morrendo, acabou. O capitalismo ainda está no poder, mas está morto. Um organismo pode sobreviver a si mesmo, se seus tentáculos continuam vivos após a morte desse corpo.

A pandemia acelerou essa fantasmatização de antigas instituições e ideias como dívida e dinheiro, que subjuga a atividade humana à abstração capitalista.” https://theintercept.com/2020/12/28/entrevista-o-capitalismo-ainda-esta-no-poder-mas-esta-morto-diz-franco-berardi/


Muito se tem alardeado que após pandemia seremos uma população renovada, com novo aprendizado existencial, com a dor e na perda de milhares de vidas para o covid-19, que impactou fortemente a história da humanidade, assim como outros vírus também fizeram ao longo dos tempos.

O que se constata é que o capitalismo não é a resposta universal para a humanidade, uma vez que o mesmo é excludente e subserviente aos que lhe compram. Neste sentido, é preciso surgir algo ainda superior do ponto de vista das oportunidades, do mercado e do consumo para que o mesmo fique subordinado às novas sínteses, dialeticamente falando.

O grande desafio é que o capitalismo não será extinto por decreto ou por determinados pensamentos descontextualizados ou esdrúxulos, mas sim a partir da nossa capacidade de união e organização para revolucionar o planeta, antes que seja tarde demais.

Revolucionar é Preciso!


Aldo Santos – Militante sindical, do movimento popular e do Psol.

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