Por: Marcelo Reina.
O maior jogador de futebol que vi jogar: Maradona. Me lembro de assistir o campeonato italiano na minha infância... Maradona era mais importante que o jogo. Me lembro da Copa de 90: Maradona eliminou o Brasil. Eu, criança, invejava os argentinos...
Porém, quando adulto pude compreender sua importância para o esporte, para os jogadores e para o mundo.
Maradona começou jogar futebol num time operário da Argentina (Argentinos Juniors), um garoto que fez parte dos Cebollitas (time sub 14 imbatível). Sua experiência social criou um jogador sensível aos problemas dos trabalhadores do seu país e, mais tarde, do mundo.
Foi um grande defensor dos jogadores de futebol, foi talvez o primeiro grande jogador em atividade que fazia críticas abertas contra a FIFA.
Foi um dos porta-vozes de manifestações contra a ALCA, que poderia prejudicar os trabalhadores da indústria nos países da América Latina.
Diego era canhoto, de esquerda, com Che tatuado no braço e Fidel no peito. Foi a melhor perna esquerda da história do futebol. Maradona era jogar futebol como um latino operário: habilidoso, indomável, latino, periférico, da várzea, politizado, sem medo, sem porta-voz e incomprável: um jogador livre.
Morreu hoje Maradona, 25 de novembro de 2020, no dia da morte de Fidel Castro (2016). Quando Fidel morreu, Maradona escreveu: "Para mim Fidel é, foi e será eterno, o único, o maior. Me dói o coração porque o mundo perde o mais sábio de todos.”
Hoje eu escrevo: Para mim Maradona é, foi e será eterno, o único, o maior. Me dói o coração porque o mundo perde o maior jogador latino operário de todos os tempos".
Viva Maradona, viva Fidel , viva a revolução do proletariado!
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