Aldo Santos

7 de jul de 20221 min

Rotina

Elaine Camilo*****

Quem pensar que estou vazia

quebre o vaso no chão e pinte

Os cacos de vinho

Quem achar que estou morna,

Ferva a água no sol e beba

De um só gole.

Meus pés estão empedrados,

Mas eu alço vôo junto aos pássaros

Se a dama da noite exalar seu perfume, queime suas dores no carvão

Quando meu cadáver for exumado, leve inseticida para as baratas.

Quando abrir-se a cova no chão, deixe-se cair na terra áspera.

Não, não! Isso não é mau agouro nem fantasmagórico enredo.

É apenas o seu dia, depois de levantar da cama.

Elaine Camilo, Profa de Literatura da rede pública estadual, moradora de SBC

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