Ó Palestina
- Aldo Santos

- 9 de jul.
- 1 min de leitura

Heba Ayyad ***
Às soleiras da terra,
uma voz encharcada de dor...
uma mãe chama a ausência:
— Quem carregará as histórias da minha oliveira,
se o tronco se partir
e os rouxinóis queimarem na boca da aurora?
A morte —
é uma criança sozinha,
brincando com uma bola de vidro,
imaginando que é a lua
antes que ela se estilhace em suas mãos.
Ó Palestina,
como nascem os poemas entre as costelas da fumaça?
Como te tornas um lar
se todas as tuas fronteiras
são arames, feridas,
e ferros que gemem?
Mas nós —
carregamos as nuvens nos ombros,
salpicamos as cinzas com sementes de trigo:
o inverno é passageiro
e a chuva nunca esquece o caminho até os campos.
E haverá um dia
em que as adagas repetirão a pergunta das mães:
"É esse o meu filho?
Ou será
um raio da fênix... que voltou?"
Heba Ayyad
Jornalista internacional Escritora Palestina Brasileira Poetisa


Que lindo, camarada!