Deobaldo Barbosa da Silva***
Viu um rato
o gato comeu.
O preá apareceu
e se escondeu.
O coelho se mostrou
para a toca voltou.
A raposa surgiu
e se esvaiu.
Do poleiro
o galo desceu.
Do curral
saiu o leiteiro
viveu no tempo
do candeeiro.
Sem reclamação
socou o pilão
amassando os grãos.
Grãos de café
um café natural
artesanal.
Da cana-de-açucar
fermentou o "mé"
arrancou mandioca
e foi à casa de farinha
com sua mulher.
Ainda da cana
fez a garapa bacana
e foi se deliciar.
Foi à igreja
com sua mulher rezar.
O filho adolescente
foi paquerar.
A filha mais velha
vai se casar.
Pegou a viola
com o compadre Zé
foram ao boteco cantar.
Assistiram à Catira
a dança caipira
que faz alegrar.
E vem o crepúsculo
anunciar
a noite chegando
vai descansar.
Pegou o tabaco
começou a picar
pôs no cachimbo
começou a fumar.
A cada tragada
como um filósofo
põe-se a pensar
e a meditar.
Os rolinhos de fumaça
dissipam-se no ar.
Vai se deitar
de madrugada
ouve o galo cantar
despertando-o
para se levantar
e mais um dia de roça
vivenciar...
Publicada na obra literária: OS VERSOS SÃO O MEU UNIVERSO.
Maio de 2021 pela editora Sarasvati.
Autor: Deobaldo Barbosa da Silva - Professor e Poeta.
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