SOBERANIA DA VENEZUELA SOB ATAQUES

Alberto Souza. ***

O imperialismo americano encabeça mais uma vez um ataque internacional à soberania da Venezuela. Trata o país como se este fosse uma colônia sua. Exige que ele, ao invés de se guiar por sua Constituição, suas leis , tenha de obedecer ordens externas, suas. É o que acontece com a tal das exigências de exposição de todas as atas da eleição do dia 28/7, em que Maduro foi reeleito presidente.

Coisa do império e seus aliados e mesmo de parte de uma esquerda subordinada direta ou indiretamente a suas regras.

Ora, nenhum país ou governo tem o direito de exigir de outro que apresente seus documentos eleitorais, atas ou outros. Quando Trump, nos Estados Unidos, Bolsonaro, no Brasil, Obrador , no México em 2006, por exemplo, acusaram os resultados eleitorais de fraude, ou levantaram dúvida sobre a conclusão da instituição eleitoral específica, nenhum governo, país, se meteu a exigir exposição públicas de atas. A própria Justiça Eleitoral de cada país resolveu a questão, sequer imaginando interferências de fora nas suas avaliações e decisões.

A Venezuela é um país soberano, não tem a obrigação de obedecer a exigências externas, de impérios ou não, sobre seus processos políticos e eleitorais.

Neste sentido, o governo Brasileiro e o próprio Lula cometem grave equívoco, na prática, somando-se ao governo do imperialismo, fazendo mesmas exigências ao governo venezuelano como se este não fosse um governo de país de existência, leis e soberania próprias.

Quem não segue a lógica do imperialismo americano, de agressão à soberania de povos, com seu jeito neocolonialista, tem o dever de reconhecer a eleição de maduro , respeitando a soberania da Venezuela.

Maduro tem razão ao exigir junto ao órgão supremo do país, STJ( Suprema Corte) que todos acusadores do CNE - órgão eleitoral supremo da Venezuela, responsável, como se dá em qualquer país soberano, de gerir os processos eleitorais locais - apresentem provas de suas acusações.

Para isso, todos os candidatos foram chamados pela Corte Suprema para uma audiência pública, assinando documento de compromisso de apresentar suas atas e outros possíveis documentos eleitorais,para que este órgão dirima qualquer dúvida.

O único a não comparecer foi o acusador, Edmundo González, notoriamente candidato do Império e seus aliados .

Claro, como sempre, seguindo a linha de outros opositores de nunca reconhecer qualquer vitória de candidatos bolivarianos, desde a primeira eleição de Chávez em 1999.

Como seus antecessores , passando por cimada Constituição, preferindo agir por uma golpe de Estado, orquestrado por uma potência imperialista e seu grupo internacional , de olho nas riquezas naturais da Venezuela, mormente de seu petróleo, maior reserva do mundo. Império sempre querendo impor que a América Latina fique como seu quintal de dominação, como dizem a doutrina de seu agente Monroe( " América para os Americanos") e seu chamado Destino Msnifesto, em que o Império diz está destinado a impor sua " civilização ao Mundo, a começar a partir das Américas.

Princípios costumeiramente evocados por governos ianques para suas agressões a povos, para seus genocídios contra países , como os do Vietnã. O que explica porque tem mais de 700 bases militares espalhadas mundo afora.

O ódio do imperialismo contra a Venezuela é facilmente explicável: com a eleição de Chávez este país passou a liderar a luta antiimperialista de todo nosso continente , mais ainda, falando em democracia popular e socialismo.

Só uma esquerda confusa não vê o imperialismo como o maior inimigo de nossos povos, de toda a América Latina, da própria humanidade.

Por isso, estudemos as linhas teóricas e práticas de todas as esquerdas, em detalhes, para podermos identificar quais indivíduos ou coletivos conformam as esquerdas da burguesia, ou não.

Sobre a luta do governo e do povo Venezuela duas opções: apoiá-la, ou ficar do lado do imperialismo americano e seus seguidores, na prática, contra o direito de a Venezuela e demais povos do nosso continente serem soberanos, livres.

Alberto Souza.

Ex-vereador em SBC, Educador popular e Escritor.