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Resenha Rumo à Estação Catanduva

Foto do escritor: Aldo SantosAldo Santos

Atualizado: 11 de ago. de 2022


Maria Terezinha Corrêa***



Ao ler Rumo à Estação Catanduva, uma história escrita com a vida por Aldo Santos, constatamos como é importante registrar os momentos de dor, de sofrimento, e de solidariedade para percebermos a superação de vida de brasileiros que buscam crescer.

O livro Rumo à Catanduva está dividido em cinco partes, sendo que em quarenta e uma páginas descreve-se bem a situação de famílias migrantes que saíam do Nordeste, na década de 1960, em busca de trabalho e sustento no Estado de São Paulo, onde a agricultura se expandia no interior, como o exemplo do algodão e do café. Além da situação de pobreza, essas famílias, quando eram acometidas por problemas de saúde enfrentavam muitas dificuldades em relação a recursos médicos, pois estes encontravam-se em cidade maiores.

O exemplo da família do autor Aldo Santos tem o privilégio de ser simples, fraterna, e principalmente, unida, pois quando um adoecia a família sempre buscava apoiar o mais fraco. Essa experiência de família refletiu-se na empatia com outros jovens de sua idade, tornando-se um companheiro consciente não só dos deveres, mas também, dos direitos.

Podemos constatar que trabalhadores começavam muitos jovens e não tinham proteção quanto aos perigos que corriam, como o exemplo do veneno nas lavouras. Supreendentemente, o jovem Aldo escrevia seu diário que, anos mais tarde, nos proporcionaria este belo exemplo de superação. Em meio a tantas dificuldades, demonstrou o quanto é importante a perseverança, a esperança e a solidariedade com companheiros necessitados.

Cada situação-problema, cada dificuldade no ir e vir de uma estação de trem a outra, retrata a realidade de tantos brasileiros que até hoje, vão e voltam de um lugar a outro em busca de melhoria de vida e de saúde. Embora os problemas existam, a esperança sempre mantém acessa a fé em dias melhores.

Rumo à Estação Catanduva não é só uma viagem no tempo em uma região que conheço desde a década de 1990, mas também, uma viagem na história do povo que conquista suas vitórias com luta, com determinação. Vale a pena ler e inspirar-se no exemplo de um filho de nordestino migrante que se tornou professor e, depois, vereador em São Bernardo do Campo, sindicalista e, até hoje, mesmo aposentado, atuando em entidades que defendem a educação, em especial a Filosofia.



Maria Terezinha Corrêa - Mestre em Antropologia, Especialista em Ensino de Filosofia, graduada em Filosofia e Pedagogia, cursou Teologia pelo Mater Ecclesiae, filiada à ABA, APEOESP e SBPC, atualmente, professora de Filosofia na Prefeitura de São José/SC, membro da Comissão de Prevenção e combate à tortura pela ALESC, membro da diretoria da Associação de Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil (APROFFIB).

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