Quem se cala diante da corrupção se torna cúmplice dela.
- Aldo Santos
- há 5 dias
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Importante: O Dr. Jaime Fregel Castiglione fez uso da palavra na "tribuna livre" da Câmara municipal de São
Bernardo do Campo, refletindo sobre o Estado Democrático de Direito, denunciando a tentativa de minimizarem ou ocultarem a denúncia de corrupção feita pela justiça federal sobre o Prefeito e o Presidente da Câmara da cidade.
Em seguida, o Presidente do Psol leu na tribuna a seguinte declaração: Senhor presidente, senhores vereadores, vereadoras, cidadãos e cidadãs de São Bernardo do Campo,
Eu subo hoje nesta tribuna com um compromisso que não é pessoal, não é de um partido apenas, mas é com o povo da nossa cidade, que clama por justiça, por transparência e por dignidade na condução da coisa pública.
Todos aqui sabem, e não dá mais para esconder, que São Bernardo do Campo está mergulhada em um escândalo de corrupção. Nós estamos diante de um prefeito denunciado, investigado, acusado de utilizar a máquina pública para interesses privados e de grupos econômicos. Isso não é boato de esquina, não é fofoca de rede social: são fatos que estão documentados, investigados, e que mancham a história da nossa cidade.
O PSOL, partido que tenho a honra de militar, tomou a decisão corajosa de protocolar uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, um instrumento jurídico sério, embasado, justamente porque não podemos aceitar que a corrupção continue governando São Bernardo.
Mas não basta a luta nos tribunais. É aqui, nesta Casa de Leis, que nós precisamos ver coragem. Coragem dos senhores vereadores e vereadoras que foram eleitos para defender o interesse do povo, e não para serem cúmplices de um esquema que dilapida os cofres públicos e tira recursos da saúde, da educação, da moradia, da cultura e da vida digna para o nosso povo.
Por isso, eu faço hoje um chamado público e direto: que esta Câmara Municipal paute, com urgência, o pedido de impeachment do prefeito Marcelo Lima. Não há mais justificativa para se esconder atrás de manobras regimentais, de acordos de bastidor ou de silêncio conveniente. Quem se cala diante da corrupção se torna cúmplice dela.
Quero lembrar que cada real desviado da prefeitura é um prato de comida que falta na mesa de uma família, é um remédio que não chega na UBS, é um ônibus que não passa no horário, é uma creche que não abre as portas para as nossas crianças. Corrupção não é um problema abstrato: ela mata, ela adoece, ela expulsa gente da cidade, ela destrói o futuro de São Bernardo.
Eu sei que há vereadores e vereadoras aqui que têm compromisso real com a cidade, que não se vendem e não se dobram. A vocês, eu digo: este é o momento de mostrar que estão do lado certo da história. E àqueles que insistirem em proteger este governo corrupto, saibam que a população não esquecerá. A cada sessão, a cada votação, o povo de São Bernardo vai registrar quem esteve do lado da justiça e quem esteve do lado da corrupção.
O que nós pedimos não é nada além do que está na lei: que se investigue, que se julgue, que se responsabilize. Que esta Casa cumpra o seu papel de fiscalizar o Executivo e de representar a população. Se o prefeito não tem condições éticas de seguir governando, que se abra o processo de impeachment e que o povo de São Bernardo tenha a chance de escolher um novo rumo para a cidade.
Quero concluir dizendo que a corrupção é um câncer, mas ela não é invencível. O que vence a corrupção é a mobilização popular, é a transparência, é a pressão social e política. E é por isso que nós vamos seguir na luta, nas ruas, nos bairros, nas cozinhas solidárias, e também aqui dentro desta Casa. Porque São Bernardo merece mais, São Bernardo merece respeito.
Muito obrigado.
Dalécio, Presidente do Psol em São Bernardo do Campo, Dirigente do MTST na Região.
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