Essa imagem que exportam para o mundo, "the world's greatest democracy" - a maior democracia do mundo, cai por terra, dada a grande divisão política interna, inclusive nos momentos das eleições, com vários partidos disputando o eleitorado, embora para o mundo, praticamente a imprensa dá visibilidade aos dois principais partidos: Republicanos e Democratas. Uma polarização conveniente de poder.
Por outro lado, a história americana sempre foi uma história de invasão à outros países e provocar cenas de terrorismo, como as bombas em Hiroshima e Nagasaki, além de tentar controlar o mundo através de guerras e da ingerência direta e indireta, colonizando e matando civis sem nenhuma piedade e, mais recentemente, através de guerras híbridas, apesar das dificuldades visíveis na implementação dessa nova modalidade de dominação. Mesmo do ponto de vista da democracia burguesa, o sistema eleitoral americano é uma tragédia e enorme retrocesso, pois quem anuncia o resultado eleitoral é a imprensa e não há órgão centralizado que coordene o processo eleitoral, com transparência e honestidade pra valer, além de métodos não convencionais para o Brasil, como votos pelo correio, criando situações que põe em cheque todo o seu sistema eleitoral.
Nessas eleições, havia um plebiscito em curso contra a figura de Trump e por isso se justifica o grande contingente de eleitores nesta disputa eleitoral, considerando que lá o voto não é obrigatório, a esmagadora participação dos eleitores tinha o nítido propósito em banir uma gestão desastrosa de um delinquente "democraticamente eleito".
Quando a extrema direita americana invade países, derruba governos, mata dirigentes estatais, dizem que fazem isso em nome da democracia e quando sofrem isso na pele, tentam passar uma falsa imagem maniqueísta da politica governamental dos dois partidos em disputa.
Na verdade a dosimetria opressora americana no cotidiano não diferem nas politicas gerais, a eleição de Biden não foi de um revolucionário, apenas foi o resultado da negação ao negacionismo de Trump, que levou às urnas milhões de americanos contra a gestão Trump.
Sem nenhuma ilusão da tão propalada democracia americana, haja vista, são os maiores tiranos do mundo. Eles se merecem e a verdadeira democracia americana vai nascer das marchas do Black Lives Matter, das lutas das mulheres, como o apelo de Angela Davis e outros seguimentos, com a organização da massa trabalhadora excluída do mercado de trabalho, que estão em situação de profunda miséria no dito país mais rico do mundo.
A pandemia escancarou o genocídio americano, em que não há atendimento médico público e os pobres e latinos estão morrendo como animais empurrados para o matadouro.
O chamado de Marx convocando os trabalhadores do mundo inteiro a unidade de classe está na ordem do dia, uma vez que não podemos concordar com o que Trump fez, não temos nenhuma ilusão no que Joe Biden fará, da mesma forma que continuaremos repudiando o imperialismo predatório, que cada dia que passa cava sua própria sepultura com suas próprias dificuldades políticas e econômicas. Estão abalados e estremecidos diante da China, que vem hegemonizando a economia e a política, desenhando assim, uma nova geopolítica mundial
Para o coautor do livro Como as Democracias Morrem de Levitsky, em 2018 ele já alertava para: "os sinais alarmantes que põem em risco a democracia liberal dos EUA".
Lutar, resistir e organizar a classe mundialmente é preciso!
Aldo Santos- Dirigente da aproffesp, aproffib, militante sindical e do Psol.
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