Aldo Santos***
Importante manifestação do grito dos excluídos pelas Ruas de São Bernardo do Campo que finalizou no Quilombo Jurubatuba, sede do atual projeto Meninas e Meninos de Rua.
A concentração teve início na Praça da Matriz no centro da cidade que contou com a participação de dezenas de organizações populares, sindicais, partidária, da juventude e religiosa.
É fundamental o contraponto às comemorações oficiais, visto que um país colonizado pelos europeus carrega na sua gênese a necessária repulsa a toda forma de colonização, opressão ideológica e do capital.
Não podemos naturalizar a matança dos nativos, a exploração das riquezas naturais do nosso país, a escravidão abjeta e uma independência pactuada pelas elites governantes, numa política de redução de danos, tipo, perda dos anéis para não perderem os dedos e o corpo da governança.
A nossa história não se confunde com a história dos opressores com os tapetes palacianos estendidos pelos governantes de plantão, nestes 523 anos de dominação.
O Brasil foi invadido a partir de 1500, com uma população de aproximadamente 5 milhões de habitantes, quase exterminada pelo interesses econômicos dos invasores e pelo pacto da geopolítica da ocasião.
A Independência coloca o país sob dominação da Inglaterra, levando à farsa da abolição que significou uma nova forma de dominação com a exigência de nova força de trabalho para otimizar o novo mercado consumidor, na lógica de dominação europeia, desobrigando o Estado de qualquer compromisso com os escravizados, colocando-os ainda mais na marginalidade e na subvida nos morros e favelas.
O 7 se setembro oficial é a continuidade do pacto das elites governantes das forças amadas, sustentáculos da burguesia e o lugar dos oprimidos são as ruas esvaziadas pelo feriado nacional, mas com o grito estridente do povo pedindo prisão para Bolsonaro e sua turma, pedindo reforma agrária e urbana sob controle dos trabalhadores, emprego digno, salário decente, educação pública de qualidade, saúde e fortalecimento do SUS, moradia popular e derrubada do capitalismo, expressa na prática a educação e resistência de classe presente na vida dos empobrecidos do capitalismo.
Os filofascistas da necropolítica capitalista desfilam suas arrogâncias, batem continência entre si, moldando a dita democracia burguesa aos interesses da classe dominante usando várias facetas para ludibriarem nosso povo.
Não nos iludamos com os largos sorrisos dos nossos históricos algozes, mesmos transvestidos de progressistas e da pseuda esquerda que a direita cultua e preserva.
A 29°edição do Grito dos excluídos em SBCampo também fez menção ao Prefeito Orlando Morando como racista institucional, bem como se manifestou contra o despejo do projeto Meninos e Meninas de Rua do atual espaço que já se encontram há mais de 40 anos.
Lutar, resistir e vencer é preciso!
Aldo Santos par o ABCdaluta.
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