Por: Aldacir Fonseca de Souza .
Domingo: 9 de Maio de 2021. Dia em que se comemora o dia das mães. Comemoração ou comercialização? Este que deveria ser um dia de alegria mesmo para as mães que não estão entre nós fisicamente, mais suas memórias permanecem vivas.
Contudo, como falar de alegria em meio a tamanha tristeza e indignação?
No próximo dia 13, completa-se 134 anos da "abolição" da qual eu chamo de inacabada, já tantas vezes cantada nos versos musicais, a liberdade, com tantas mazelas, pobrezas e misérias; onde está que ninguém viu? Onde milhares de mães negras que são parte da nossa história não são lembradas. Em um nítido apagamento da nossa memória.
Nesta semana dia das mães, e 134 anos de "abolição" 28 mães que tiveram os seus filhos arrancado em um covarde massacre sem precedentes.
O que falar para aquelas mães da comunidade do Jacarezinho, periferia do Rio de Janeiro, onde está a abolição? Como falar parabéns para as mães onde a indignação nos aperta a mente e por mais que queiramos não ser.
A razão nos leva a ser, racionais. 134 anos e o Estado que nos escravizou e continua nos mantendo. Quando nos nega o acesso às políticas públicas; na saúde, educação, moradia digna, cultura e segurança. Portanto como falar de alegria em meio a tristeza e tamanho desumanização.
"Jacarezinho! avião!" não foi o disco voador, como cantou (Jorge Benjor) mais o cuidado deve ser com o helicóptero do Estado assassino, que aterroriza e mata os sorrisos e sonhos de milhares de mães.
Pensamentos indignados!
Aldacir Fonseca de Souza. Ativista e militante do movimento negro.
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