Movimento Policiais Antifascismo de São Paulo participa de Encontro na Subsede APEOESP SBC
- Aldo Santos
- 22 de abr.
- 2 min de leitura

Em encontro realizado no dia 12 de abril de 2025 na subsede da APEOESP de São Bernardo do Campo, idealizado pelo Prof. Aldo Santos e pelo Núcleo PSOL em Ação – SBC, o Movimento Policiais Antifascismo de São Paulo participou de profunda discussão com a sociedade civil a respeito de Segurança Pública, Educação e Racismo Estrutural.
O Movimento Policiais Antifascismo, de caráter nacional, completa 10 (dez) anos de existência em 2025, constituindo-se como foco de resistência ao modelo de segurança pública vigente no Brasil e contribuindo para a construção de um espaço coletivo de diálogo com policiais e a sociedade, a respeito de segurança pública, polícia, democracia e antifascismo.
Em Manifesto publicado em 2017, o Movimento Policiais Antifascismo aponta que os policiais precisam ser constituídos como trabalhadores, garantindo e conquistando direitos básicos como cidadãos. Travando-se uma luta contra a militarização da vida, da política e da segurança pública, o Movimento tem como pautas a desmilitarização, o fim da política de guerra as drogas e a implementação dos modelos de ciclo completo de polícia e carreira única nas instituições policiais.
Fazendo uma interseção entre os trabalhadores da segurança pública e os mais diversos segmentos da sociedade, o encontro realizado em São Bernardo do Campo foi um importante marco para o debate a respeito das mudanças necessárias no modelo de segurança pública vigente e sobre como a sociedade civil pode contribuir em seu aprimoramento.

A segurança pública é tema transversal em nossa sociedade que não pode ser reduzido aos debates internos nas corporações policiais. Justamente por isso, explanou-se no encontro realizado que o racismo que permeia a sociedade brasileira se reflete em todas as suas instituições, inclusive na segurança pública.
A própria formação dos corpos policiais ainda no Brasil colônia foi feita sob a chancela de perseguição e repressão às pessoas escravizadas. E, desde o início, as bases trabalhadoras das corporações foram compostas por pessoas negras, as quais enxergavam no cargo público uma chance de ascensão social.
Passados alguns séculos, atualmente o cenário é o mesmo. As principais corporações policiais se mostram divididas em castas, nas quais nas mais elevadas encontram-se “Oficiais” e “Delegados”, comandantes dos órgãos e oriundos das classes mais abastadas da sociedade, enquanto as mais baixas são compostas por pessoas vindas das classes sociais mais humildes.
Soma-se a essa estrutura o fato da formação policial não trazer em seu bojo uma ideal carga de informações em direitos humanos e cidadania, fazendo com que, em alguns casos, a educação militar sirva como meio de doutrinação para que seus subordinados sejam impelidos a eleger um inimigo interno, alvo de supostos combates a serem enfrentados durante sua rotina de trabalho. Infelizmente, como é sabido, o caráter de inimigo interno recai sobre a população preta, pobre e periférica, dando corpo ao racismo estrutural existente no Brasil.

A sociedade clama por um novo modelo de segurança pública, baseado nos direitos humanos, nos valores democráticos e no controle social. Uma reforma constitucional, nas instituições policiais e na formação de seus operadores certamente em muito contribuirá para o combate ao racismo e para a construção de um modelo social com mais justiça.
Movimento Policiais Antifascismo de São Paulo – Coordenação Estadual
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