Premidos pela Conjuntura Internacional e Nacional, vivemos hoje, na Educação pública do estado de São Paulo, seu impacto direto, encontrando-nos frente a um cenário de acúmulo de retrocessos após anos de sucessivos governos privatistas e excludentes, o que, por sua vez, levou à necessidade de nosso sindicato, por meio de sua Direção, convocar a categoria para a realização desta plenária. Além disso, o encontro objetiva responder aos inúmeros ataques desferidos contra o professorado estadual, que se encontra imobilizado diante do terrorismo pedagógico que vem sendo praticado pela administração de Tarcísio e Feder.
No cenário internacional, as guerras em curso demonstram como a beligerância dos Estados capitalistas – EUA, OTAN, EU, etc. – se impõe acima de quaisquer princípios humanitários e de respeito à soberania dos povos, como o demonstra de maneira particular o genocídio promovido por Israel contra os palestinos em Gaza e no Líbano, revelando uma espécie de apagão civilizatório e falência das convenções internacionais em garantir os princípios básicos da dignidade humana, que chega ao ápice neste momento com a morte de praticamente 50.000 civis, sendo mais de 20.000 mulheres e crianças! É um absurdo inaceitável!
Em sintonia com esta excrescência está o novo presidente estadunidense eleito, atualmente o grande porta-voz da extrema direita global, cuja reaparição projeta o avanço da violência militar e econômica contra as nações que buscam sua autonomia frente ao imperialismo, bem como o fortalecimento dos setores golpistas que atuam contra seu próprio povo dentro de cada país. É a existência e o reagrupamento de novos países junto aos BRICS que hoje cria o contraponto necessário à reação de Washington em defesa de sua hegemonia e domínio econômico, político e militar.
No Brasil, a derrota de Bolsonaro foi um momento de importância fundamental na reação contra o avanço do fascismo no país, porém, o espectro do golpismo continua a rondar nosso país, e a renovação do bolsonarismo demonstra como esse perigo continua a nos ameaçar, pois agora se sentem encorajados a atuar devido à eleição de Donald Trump. Os bolsonaristas e a extrema direita farão de tudo para emplacar um candidato competitivo nas próximas eleições presidenciais, o que nos preocupa sobremaneira, pois uma derrota em 2026 seria desastrosa.
Numa espécie de zona de conforto, sem nenhuma tentativa ousada de radicalidade ou pelo menos o rompimento com os acordos de conciliação, o governo federal tem sido pífio e até desastroso no tocante à educação com o Ministro Camilo, que faz mais o jogo das ONGs, da educação empresarial e neotecnicista, verdadeiras rapinas do dinheiro público, do que o efetivo diálogo e respeito com os movimentos sindical, popular e estudantil.
Na economia, o cobertor dos pobres nunca esteve tão curto. O capital especulativo e o rentismo continuam dominando a cena e impondo a lógica do “mercado” e da Faria Lima aos trabalhadores que, precarizados em seus direitos e organização, não conseguem reagir à exploração. Para piorar, o governo federal e as centrais sindicais não têm apresentado pautas que mobilizem a classe trabalhadora contra o avanço do ultraliberalismo e do fascismo no Brasil, sendo que algumas instituições têm tratado as greves com a mesma truculência dos governos fascistas. Junto a isso, vemos a repressão e a violência policial atingirem níveis alarmantes, com mortes de civis, chacinas, ações violentas que se igualam aos tempos da ditadura militar, enquanto os governos protofascista falam em “casos isolados”, o que é uma tremenda falácia e hipocrisia.
Em resumo, ou os movimentos sindicais, populares e estudantis tomam as ruas contra as sucessivas ações golpistas que não se restringiram ao 8 de janeiro de 2024, ou então correremos o risco de perder as eleições em 2026. Diante de tal cenário, o movimento sindical deve chamar congressos extraordinários para a atualização das pautas e demandas para enfrentar a conjuntura, visto que estão defasadas e os remendos não vão resolver. Temos de reagir de forma organizada e rápida diante dos ataques que sofremos todos os dias aqui no Estado de São Paulo e em todo o país.
Em relação ao secretário Renato Feder, representante maior do empresariado parasitário do setor educacional, seus negócios vão de vento em poupa, com a venda de seus produtos, transformando efetivamente a educação numa mercadoria e com ela também o conjunto dos profissionais que nela trabalham, que, mesmo sem saber, são inocentes úteis ao plano governamental em curso para 2026.
Nosso sindicato canaliza as aspirações e desejos na pauta eleitoral e no parlamento, substituindo a força potente da categoria por aliança permanente em ações previsíveis e controladas da ALESP, comprometendo a autonomia sindical, transformando-o numa correia de transmissão das ausentes benesses do poder legislativo, que, por sua vez, é servil absoluto do executivo. Nesse cenário, não adiantaram bravatas descontextualizadas de eventuais radicalidades inoperantes e inexequíveis. É preciso romper com as amarras institucionais e colocar o legislativo a serviço da categoria, e não o contrário.
Continuamos a defender um Congresso extraordinário, com a participação direta da base da categoria, para debater com profundidade as urgentes respostas aos ataques ideológicos e ao plano de silenciamento e demissão em massa de professores e professoras que está em curso. A direita não esconde suas pautas estratégicas, diferentemente, a esquerda não apresenta suas bandeiras históricas nem a ruptura com o sistema como possibilidades efetivas.
Lutar, resistir e vencer o capitalismo é preciso! E é possível!
Assinam este Manifesto:
Aldo dos Santos - Diretor Estadual da Apeoesp
Nome: Neuza Aparecida de Oliveira Peres, RA da subsede Vila Prudente
Nome: Maisa Bonifácio Lima, aposentada, RA da subsede Tatuapé
Nome: Francisco Paulo Greter Vice presidente da Aproffesp
Nome: Sara Cursio, profa de Sociologia
Nome: Vanessa Pereira Dantas de Souza Profa de Língua portuguesa
Nome: Marina A. Benedito Prof de Biologia. Aposentada/SBC
Nome: Vanderleia Aguiar, Conselheira Estadual da Subsede Santo André
Nome: Maria Lúcia Gonçalves dos Santos, RA da Subsede Santo André
Nome: Vera Helena Sanchis Alberick
Nome: Ana Paula Miriani Comissão Consultiva Mista do Iamspe
Nome: Márcia Raquel Sanches Supl. Conselheira Estadual da Apeoesp
Nome: Marcus Vinicius G. de Oliveira Prof Filosofia Presidente Bernardes
Nome: Diego de Moraes Marion Milan Vice Coord Subsede SBC
Nome: Sônia Maria de Almeida Dir Aproffesp e Coord Subsede SBC
Nome: Veralucia Lima - Diretora apeosp SBC
Nome: Maria Aparecida de Lima Crisov
Nome: Diego Alves da Silva RE Subsede Santo André
Nome: Maria de Lourdes Santana Conselheira Estadual da Subsede Santo André
Nome: Eulises Gomes Bueno
Nome: Selma Leite Galindo da Silva, Presidente da Aproffesp
Nome: Valdenir Abel dos Santos Dir. Relações Pedagógicas da Aproffib.
Nome: Elaine Camilo Professora RE e militante sindical
Nome: Francisco Fagundes Prof de História
Nome: Gabriel Rodrigues Machado Prof de Filosofia e Geografia
Nome: Wellington Alves da Silva Prof de História
Nome: Sérgio Lima Nastasi Professor de Santo André e Sambista…
Nome: Gregory Henrique Busch Monteiro - Leste 5
Nome: Aldo Xavier Monteiro.
Os ultraliberais se unem aos fascistas e conservadores para destruir a educação publica, laica, progressista e crítica; eles querem reduzir a educação escolar ao mero preparo para o mercado de trabalho, por isso atacam as Ciências Humanas e retiram nossas disciplinas do currículo, principalmente Filosofia e Sociologia. Eles não querem formar cidadãos, mas apenas consumidores passivos e "patriotários", seguidores de seus pastores do capeta de seus mitos de merd..................Basta!