Lideranças debatem a situação da educação brasileira e, em especial, o que vem ocorrendo no Estado de São Paulo.
- Aldo Santos
- 21 de jun.
- 3 min de leitura

No período da colonização, o tripé dos colonizadores foi: a) a dominação territorial e da economia, b) violência física e rendição aos propósitos dos colonizadores e c) o apagamento da educação e cultura dos nativos. Para atingir este intento, introduziram receituários da moral cristã, impuseram a obediência ao abstrato religioso na perspectiva de escravidão aos oprimidos através da imposição da cultura europeia, disputaram corações e mentes, e instituíram o apagamento das culturas locais e/ou dos povos escravizados trazidos da África por aproximadamente 400 anos.
No Brasil atual, a educação é o palco das disputas da luta de classe, no qual os dominadores não medem esforços para transformar as instituições numa correia de transmissão da ideologia dominante, chegando ao ponto de instituírem as Escolas militarizadas e promoverem um verdadeiro terrorismo pedagógico no estado mais rico da Federação, e que deve ser extensivo aos demais estados brasileiros.
Neste contexto, é fundamental o enfrentamento à política fascista e neoliberal que vem sendo instituída pelo empresário Feder, Secretário da Educação que nada entende de educação e, na contramão da história, sucateia a Educação Pública, um Direito constitucional adquirido com muita luta, com o objetivo explícito de privatizá-la, cooptando ideologicamente os estudantes, transformando-os em pretensos soldados a serviço do Estado Burguês.
A resistência tem que ser à altura, ou superior aos ataques proferidos pelos governantes, para que se preserve a efetiva autonomia dos/as educadores/as e educandos, contra o caos generalizado, que tem levado educadores/as à exaustão e o consequente adoecimento mental, levando professoras e professores a óbito dentro de salas de aulas em várias partes do Brasil.
As entidades sindicais precisam sair do Olimpo de seus privilégios para traduzir em efetiva luta os descontentamentos e sofrimentos de uma classe amordaçada e modernamente escravizada. A oposição sindical deve ir além dos cargos e acomodações, transformando a conquista da proporcionalidade em uma alavanca de crescimento da consciência e organização de classe, e não ao adesismo à corrente majoritária dirigente, como vem ocorrendo ao longo dos últimos anos.
A saída deve ser o caminho das lutas, a politização da classe e a ousadia necessária para furarmos a bolha monstruosa da destruição educacional que está em curso no estado de São Paulo.
Neste sentido é urgente a implementação pra valer de algumas propostas impostergáveis:
1. Continuidade da Campanha pelo Fora Feder;
2. Fortalecer a luta contra a militarização das escolas;
3. Manifestação efetiva contra a privatização das escolas públicas no Estado de São Paulo;
4. Incentivar e divulgar a campanha do ministério Público contra as plataformizações;
5. Fortalecer e preservar a identidade da oposição com boletins, lives e plenárias da base da oposição;
6. Formação e disputa do protagonismo Estudantil, mantendo os grêmios estudantis livres e não aceitar os rebaixados “centros cívicos”, hoje existentes;
7. Retomar a luta pela autonomia do Conselho de Escola com eleições diretas por seus pares na composição do mesmo;
8. Combater de forma efetiva o Assédio Estrutural hoje existente na rede Estadual;
9. Atendimento médico para acabar com o adoecimento mental, assegurando terapia individualizada na recuperação da saúde dos/as professoras/es;
10. Instituir uma escola democrática, mais próxima das lutas culturais da comunidade como previsto nos PPPs, mas, longe da realidade. Organizar grupos de trabalho para apresentarmos um plano de educação aos filhos e filhas da classe trabalhadora no Estado, contra a ideologia impregnada nas políticas neoliberais dos governantes;
11. Permanente política de valorização da vida e do meio ambiente, instituindo como temática a defesa da vida animal;
12. Ficar vigilantes e cobrar respeito e combate ao machismo, introduzir na luta das mulheres não só o combate ao machismo, bem como ao patriarcado e ao feminicídio;
13. Introduzir a filosofia africana na Educação Básica como um todo para o efetivo rompimento com a dominação eurocêntrica, ainda reproduzida em salas de aulas;
14. Retomada no estudo dos clássicos da luta revolucionária no âmbito da conjuntura, fortalecendo os rumos da esquerda que luta e constrói uma sociedade justa, igualitária e socialista.
Contribuição ao debate.
Assinam:
Enfrente! e Lideranças sindicais
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