Andréa Lacerda***
Impactada com a leitura de "Rumo à Estação Catanduva", o mais recente livro de Aldo Santos, que li num só fôlego, como se acompanhasse em tempo real a "desventura" do autor.
Nesta obra Aldo Santos relata de maneira envolvente o sofrimento do "viver" individual e ao mesmo tempo coletivo, pois narra em sua História também a penúria de milhares de pessoas que passam pela vida desumanizadas pelas circunstâncias tão reais e constantes, mas quase sempre como personagens invisíveis, por mais que tenhamos conhecimento da realidade da imensa maioria do povo brasileiro historicamente massacrado.
Aldo soube como ninguém reinventar o conceito de emoção e assim, a obra desperta o humano em nós elevando o que outrora entendíamos como empatia, e com certeza, nos tornaremos muito mais aguerridos no propósito de combater as gritantes desigualdades e injustiças que ceifam tantas vidas e sonhos.
Li, reli, e novamente me emocionei. A sensação era de estar ali, presente em cada cena, como testemunha anônima e impotente diante da trajetória do frágil e desprotegido menino, abandonado à selva da própria sorte.
O menino que noutra vida tão próxima sabia-se passarinho, feliz e livre, agora de asas cortadas, cansado, frágil, amedrontado, triste. Mas, ao mesmo tempo senhor e dono de coragem e nobreza ímpares, o que faz com que o nosso sentir seja de um profundo respeito e admiração.
O menino se fez águia e o seu legado fala por si. Sua bandeira de vida é, e com certeza será, lutar e esperançar por um Brasil mais digno e um mundo melhor.
Agradeço Aldo, por proporcionar esse novo paradigma de nos reinventarmos em prol de um mundo mais adequado para todas e todos.
Um grande abraço com todo meu carinho e respeito.
Andréa Lacerda. Professora de História e Terapeuta.
Comments