Heba Ayyad ***
A casa está vazia, não há filhos nem acompanhantes nela.
Ela acena para os transeuntes, esperando receber uma resposta de um transeunte que a faça sentir que ainda está viva.
Eu estava andando pelas ruas da minha cidade lotadas de corpos!
Eu a vi espiando pela janela.
Ela acenou para mim.
Devolvi o aceno e ela sorriu para mim... e seus olhos brilharam entre as rugas.
Os parapeitos das janelas dela estão tristes.
O som do vazio ao seu redor é triste.
O ar da casa brinca confortavelmente. A casa está vazia, o coração está pesado e a preocupação é grande.
As crianças cresceram.
O som deles correndo e gritando por toda a casa parou.
Silenciou o som dos desenhos animados.
O cheiro de doce que enchia o ar desapareceu.
As crianças cresceram.
Eles se casaram.
Eles partiram... e se tornaram estranhos.
Cada um deles seguiu seu próprio caminho, construindo sua vida longe de seu grande abraço.
O companheiro do caminho, o companheiro do coração, também se foi.
Talvez a guerra o tenha levado tanto... ou ele morreu no meio do caminho.
E a velha ficou sozinha....
Ela acena de sua janela para todos os transeuntes.
@Heba Ayyad
Jornalista internacional
Escritora Palestina Brasileira
Profundo, tocou meu coração! A casa cheia, as brincadeiras, o cheiro do bolo, a família reunida, as festas... e de repente o vazio!
Não é fácil suportar a ausência dos que partiram...
A espera da finitude é a mais dolorida das solidões!
Ahh, dona Ayde, como eu sinto a sua dor... 😢
❤️