Heba Ayyad***
Ajoelhados sobre seu falso messias Theodor Herzl (judeu austro-húngaro), fundador do sionismo e ideólogo de um Estado judeu na Palestina em 1897, os judeus europeus em um processo kafkiano seguiram suas mensagens xenófobas de 1895: "tentaremos fazer com que a população árabe desaparece pobre (palestina) através da fronteira, conseguindo seu trabalho em países de trânsito, enquanto nega seu trabalho em nosso 'próprio país' (...)”, referindo-se à Palestina. Uma profecia maliciosa que a Europa deu como certo 5 décadas antes da Palestina se tornar um estado judeu.
Intifada de 76:
Para manter a dignidade e a identidade palestina, Sumud (firmeza, resistência em árabe) foi o apego às suas terras roubadas em 1948 (atual Israel) diante dos sistemáticos confiscos de terras do povo palestino (mal chamado de árabe pelos israelenses para apagar sua identidade). Em 30 de março de 1976, eles desencadearam a centelha da Intifada (revolta popular) que se espalhou da Galiléia ao triângulo norte e ao Negev ocupado, enfrentando a arrogância das tropas e policiais israelenses com bandeiras, paus e pedras palestinas.
No confronto feroz e desigual de apenas 24 horas, as balas israelenses executaram extrajudicialmente 6 jovens civis desarmados, feriram 124 e prenderam outros 300. Imprimindo sua mensagem com fogo: “jamais abandonaremos nossa pátria. Abraçamos a terra de nossos ancestrais e nossa identidade palestina." Selando 30M para sempre como 'Dia da Terra'.
Banners na terra palestina de 48:
Há 47 anos, nas aldeias dos mártires de Deir Hanna, Sakhnin e Arraba na região norte da Galileia, em 30 de março de 2023, 'Dia da Terra', milhares de palestinos ergueram uma nova bandeira, enchendo as ruas israelenses com bandeiras palestinas demonstrando sua resistência indígena à sua terra, repudiando o governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu e seus ministros terroristas Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, entre outros, negadores da existência palestina.
As manifestações foram acompanhadas por um grupo de israelenses carregando bandeiras palestinas e se repetiram na Jerusalém ocupada, em várias cidades da Cisjordânia e na Faixa de Gaza bloqueada. Tudo em uníssono contra a falaciosa opção de 'dois estados', algo que só aparece nos manuais distorcidos da ONU e do governo do Mahmoud Abbas, além de apoiar a Resistência Palestina e a Intifada da juventude contra o apartheid israelense.
47 anos após o Dia da Terra e 75 anos após a usurpação da Palestina, as nuvens negras da anexação continuam a ameaçar todo o território palestino, incluindo Jerusalém.
Heba Ayyad - Palestina, Jornalista, Poeta, escritora.
Comments