A Permanência da Impermanência
- Aldo Santos
- 24 de set.
- 1 min de leitura

Vitória Gonçalves Viana***
De repente, tudo se torna claro
flores desabrocham, risadas ecoam
como a inocência de uma criança sorridente
a vida se faz presente
O mundo é vasto e colorido
o céu azul e encantado
o vento leve e delicado
o futuro parece promissor e abençoado
Meses e anos viajantes, levam a vida adiante
nada volta, o ritmo é constante
saudosismo penetrante
como crescer pode ser angustiante
Corações se partem ali, outros aqui
taças de vinho são derramadas
alguns sonhos são destruídos
vidas são levadas
choros no banheiro não escutados
noites mal dormidas, expectativas não alcançadas
parte da existência humana, nossa vida mundana
Dentro do nosso pequeno raro infinito
o tempo continua a correr
mas a ótica se ajusta
e o sol aparece brilhando radiante
há abraços apertados, campos verdejantes
beijos de boa noite e estrelas se alinhando
sorrisos verdadeiros e almas cativantes
dor sendo convertida em amor
regra da existência humana, a transformação é soberana
Em uma última volta, tudo se apaga
algumas estrelas precisam morrer para que outras possam nascer
somos uma ciranda da criação
certos da morte, incertos do viver
permanentes em memórias, impermanentes na formação
criaturas do tempo,
presentes apenas nesse exato momento
o que nos foi dado, um dia nos será tirado
olhemos para o céu e aproveitemos
esse é o paradoxo da existência humana, a eterna permanência da impermanência.
Vitória Gonçalves Viana
Formação: Graduanda em Ciências Econômicas
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Cadência impressionante e uma reflexão muito profunda sobre a existência e a impermanência que permeia nossas vidas