Por: Alberto Souza**
Com a existência da União Soviética, a OTAN existia, mas se via sob certos limites, não podia avançar tanto. Com o fim da URSS, surgiu a mudança. Esta organização militar do imperialismo americano e seus aliados, apesar de compromisso oficioso de governantes do império do Norte de que ela ficaria no nível em que estava, no início dos anos 90, não se expandindo, avançou em direção às fronteiras da Rússia, que passou a estar sob verdadeiro cerco.
A Rússia reagiria, como faria qualquer país sob cerco. Assim, traçou um limite para tal expansão, sua linha vermelha, não aceitando que a Ucrânia se arme cada vez mais junto a suas fronteiras e se torne uma verdadeira base militar dos EUA e potências econômicas da Europa. Como também deixou claro ser inaceitável o terrorismo de forças nazistas ucranianas unidas ao seu governo para ataques criminosos a comunidades russas locais, que lutam por sua autonomia. Ações contra populações do leste ucraniano, apesar de um acordo de paz feito entre o governo e as forças autonomistas em 2015.
Desta forma, os Estados Unidos e seus aliados da OTAN, ao desejarem completar seu cerco à Rússia, procurando armar a Ucrânia com o máximo de armas modernas possível, mais ainda, tentando trazê-la para seu bloco bélico, na realidade, não deixaram outro caminho senão a guerra. E a OTAN, com isso, demonstra ser com seu expansionismo , como instrumento, principalmente ,de um império que tem mais de 700 bases militares pelo mundo afora, uma enorme ameaça à paz mundial.
E se países, como a China e a Rússia, em resposta aos amantes da paz, não impuserem limites ao avanço desta organização imperial, a humanidade fica cada ameaçada pela principal potência imperialista do Planeta e seus comparsas maiores, podendo se ver sob uma uma nova guerra mundial.
E não há como evitar a ameaça de uma força tão gigantesca a não ser através da união de potências bem armadas, com condição de inibir o seu avanço, somadas aos defensores da paz de todo o mundo. E há uma prova disso: em 85, a União Soviética realizou um ano de comemorações de um período de 40 anos sem guerras mundiais. Fato só possível porque tão bem armada quanto o imperialismo americano, contando com os movimentos de defensores de paz, em todos os continentes, conseguiu evitar que mais uma tragédia contra a humanidade viesse a acontecer novamente.
Os inimigos da paz são desregrados: são velhos colonialistas, são neocolonialistas, não têm limites para defender seus interesses.
Nasceram e se desenvolveram construindo escravidões de todos os tipo, com todas formas de crueldades para dominarem povos sem armas; sempre sedentos de recursos naturais e dominação de mercados,praticando inclusive genocídios nas suas rapinagens contra multidões indefesas de todas as plagas da Terra; tudo para que só uns poucos se tornassem e se tornem cada vez mais donos das riquezas de tudo que a humanidade conseguiu produzir até os dias de hoje.
Nenhuma região do Globo consegue ficar livre da fúria do império predominante e de seus comparsas de assalto a bens de nações desarmadas. São incontáveis as suas vítimas: Iraque, Afeganistão, Líbia... Só o império, proprietário maior da Otan, já invadiu militarmente mais de 50 país apenas na América Latina e ocupa quase todo o Planeta com suas armas e soldados, dizendo ao mundo que não abre mão de guerras, consciente de que sem elas e outras formas de violência não conseguiria se apossar dos recursos que deveriam ser de toda a humanidade. A violência como princípio, sem a qual não seria possível vingar sua lógica de dominação.
Assim, instrumento de potências fundamentadas na agressão a povos para se apossarem de suas riquezas gerais, a OTAN não só se mantém, mas, por meios diversos, expande-se sem parar, por todos os espaços do Globo, priorizando áreas de bens estratégicos. O que explica sua tentativa de avanço na América do Sul, por exemplo, ao atrair a Colômbia para ser um dos seus membros, ainda é que na condição de "parceiro global". Isso, evidentemente, porque uma América do Sul sem guerra, de vida um mínimo pacífica, sem um país local agredindo o outro, com nível de unidade regional, fica muito mais difícil para os colonialistas de ontem, neocolonialistas de hoje, se apoderarem de tão estratégicos recursos naturais, como o Pré-Sal e petróleo da Venezuela, por exemplo. A Colômbia, ligada à OTAN, para uma agressão encomendada contra Venezuela, pode receber apoio militar direto, ou indireto, dos impérios desta organização, para que o petróleo venezuelano e outros meios naturais deste país caiam em suas mãos. O que pode tomar corpo em todo continente.
Desta forma, se o imperialismo não tivesse interesse em guerras no Leste Europeu, a fim de suas influências e interesses nas riquezas básicas desta região, Rússia e Ucrânia não estariam em guerra neste momento.
De guerra em guerra, a OTAN, como instrumento-mor de potências colonialistas, de histórias de agressões e dominações armadas de povos, se agiganta ilimitadamente como clara ameaça à paz mundial.
Que a humanidade consiga se proteger contra tudo que ameaça sua existência!
Alberto Souza - Histórico dirigente sindical dos Petroleiros e militante dos Direitos Humanos.
Comments