A EDUCAÇÃO PEDE SOCORRO!
- Aldo Santos
- 7 de jun.
- 2 min de leitura

A desumanização do ambiente educacional tornou-se um fenômeno letal, especialmente quando se observa a imposição pelos governos estaduais e municipais da plataformização do ensino e a militarização das escolas. O foco se deslocou do bem-estar humano para a busca incessante por índices de desempenho que se sobrepõe à valorização do ser humano. Essa tendência, marcada pela cobrança excessiva na aplicação do uso das plataformas digitais, transformou a experiência de ensino/aprendizagem em um processo mecânico, robotizado. Diante desta realidade, a figura do professor/a, sobrecarregada de trabalho, se vê em meio a um sistema opressor, que adoece e agora também mata, ao priorizar o controle e a produtividade em detrimento da empatia e da conexão humana.
O assédio moral e a pressão por resultados exacerbaram a brutalidade deste sistema, tornando o ambiente educacional sufocante e insustentável, e, a morte dos professores/as, face mais cruel deste processo, é o reflexo dos sintomas mais severos de uma escola punitivista que precisa urgentemente ser abolido. Quando a educação é reduzida a números e metas, perde-se de vista o propósito essencial do trabalho docente que é o de formar cidadãos críticos e conscientes.
É neste contexto de terrorismo pedagógico, caracterizado pelo controle excessivo, assédio moral e pressão por resultados que os educadores estão submetidos diariamente, com o trabalho docente reduzido a números e metas que tivemos, em menos de uma semana, três mortes: duas professoras no Paraná e um professor no Rio de Janeiro.
A morte das professoras Silvaneide Monteiro Andrade e Rosane Maria Bobato e do professor Douglas Santos, de forma trágica e profundamente lamentável, é abominável e um alerta doloroso da necessidade premente de reformar o sistema educacional, recuperar um ambiente escolar que ofereça suporte e valorização aos educadores, garantindo que possam trabalhar de forma saudável e segura, que devolva ao educador a liberdade de cátedra e garanta uma educação de qualidade aos estudantes.
Silvaneide, morta dentro de uma escola cívico-militar enquanto era cobrada por cumprir metas, teve um enfarto fulminante. Não foi acaso, foi resultado e reflexo de questões que precisam de soluções urgentes, que não serão outras senão acabar com este terror criado para garantir a manutenção do sistema mercadológico da Educação, que tem por objetivo atender empresas privadas introduzidas pelos governos no sistema de ensino.
Chegamos a uma situação tal que, não se trata mais de reivindicar condições de trabalho, agora é pedir para sobreviver!! Os governos dos estados e municípios com seus respectivos Secretários de Educação precisam ser responsabilizados por essas e tantas outras vidas ceifadas de forma tão brutal. Precisam responder pelo adoecimento crescente de sequelados e sequeladas que estão definhando lentamente sem aparecer e sem impacto na mídia convencional. Portanto, este sistema cruel e brutalizado está matando nossos professores e professoras!!
DIRETORIA EXECUTIVA NACIONAL DA APROFFIB
06/06/2025
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