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A EDUCAÇÃO PEDE SOCORRO!


A desumanização do ambiente educacional tornou-se um fenômeno letal, especialmente quando se observa a imposição pelos governos estaduais e municipais da plataformização do ensino e a militarização das escolas. O foco se deslocou do bem-estar humano para a busca incessante por índices de desempenho que se sobrepõe à valorização do ser humano. Essa tendência, marcada pela cobrança excessiva na aplicação do uso das plataformas digitais, transformou a experiência de ensino/aprendizagem em um processo mecânico, robotizado. Diante desta realidade, a figura do professor/a, sobrecarregada de trabalho, se vê em meio a um sistema opressor, que adoece e agora também mata, ao priorizar o controle e a produtividade em detrimento da empatia e da conexão humana.

O assédio moral e a pressão por resultados exacerbaram a brutalidade deste sistema, tornando o ambiente educacional sufocante e insustentável, e, a morte dos professores/as, face mais cruel deste processo, é o  reflexo dos sintomas mais severos de uma escola punitivista que precisa urgentemente ser abolido. Quando a educação é reduzida a números e metas, perde-se de vista o propósito essencial do trabalho docente que é o de formar cidadãos críticos e conscientes.

É neste contexto de terrorismo pedagógico, caracterizado pelo controle excessivo, assédio moral e pressão por resultados que os educadores estão submetidos diariamente, com o trabalho docente reduzido a números e metas que tivemos, em menos de uma semana, três mortes: duas professoras no Paraná e um professor no Rio de Janeiro.

A morte das professoras Silvaneide Monteiro Andrade e Rosane Maria Bobato e do professor Douglas Santos, de forma trágica e profundamente lamentável, é abominável e um alerta doloroso da necessidade premente de reformar o sistema educacional, recuperar um ambiente  escolar que ofereça suporte e valorização aos educadores, garantindo que possam trabalhar de forma saudável e segura, que devolva ao educador a liberdade de cátedra e garanta uma  educação de qualidade aos estudantes.

Silvaneide, morta dentro de uma escola cívico-militar enquanto era cobrada por cumprir metas, teve um enfarto fulminante. Não foi acaso, foi resultado e reflexo de questões que precisam de soluções urgentes, que não serão outras senão acabar com este terror criado para garantir a manutenção do sistema mercadológico da Educação, que tem por objetivo atender empresas privadas introduzidas pelos governos no sistema de ensino.

Chegamos a uma situação tal que, não se trata mais de reivindicar condições de trabalho, agora é pedir para sobreviver!! Os governos dos estados e municípios com seus respectivos Secretários de Educação precisam ser responsabilizados por essas e tantas outras vidas ceifadas de forma tão brutal.  Precisam responder pelo adoecimento crescente de sequelados e sequeladas que estão definhando lentamente sem aparecer e sem impacto na mídia convencional. Portanto, este sistema cruel e brutalizado está matando nossos professores e professoras!!

DIRETORIA EXECUTIVA NACIONAL DA APROFFIB

06/06/2025

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OS TEXTOS PUBLICADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES

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