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0 31 DE MARÇO E BOLSONARO



Por: Alberto Souza.


31 de março. Dia da implantação do golpe covil- militar de 64. 21 anos de ditadura, de torturas, assassinatos, prisões. Um período de crimes contra democratas, contra nosso país, contra nosso povo.

Uma obra de traidores com e sem farda, todos obedientes aos grupos econômicos locais e estrangeiros . Todos vassalos do imperialismo americano, que determinou que a quartelada de lesa-pátria para derrubar o presidente Jango Goulart derramasse sangue de patriotas , para garantir seus privilégios e ter o Brasil com uma sua neocolônia.

Agentes do governo ianque em todo o período de organização do golpe, com seu embaixador liderando a conspiração, gastando milhões de dólares com seus aliados internos, inimigos declarados do povo brasileiro. Participação externa que iria muito mais longe, caso a quartelada fracassasse; pois uma operação militar do Império, chamada de Brother Sam, estava em mares do Porto Rico, para que, se necessário, viesse em ajuda aos golpistas.

Era o Brasil sob ameaça de um intervenção militar americana, apoiada por antipatriotas de farda e seus aliados civis. Com a inevitável destruição de número incalculável de vidas de brasileiros e brasileiras por balas de militares locais misturadas com as balas de uma potência invasora.


Em lutas que chegaram a juntar mais de um milhão de pessoas numa praça, o povo pôs abaixo um regime de traição ao Brasil, de mais de duas décadas de existência.

Mas, a vitória não foi plena, como se deu no Chile, Argentina e Uruguai. Nestes países ex-ditadores de farda e seus comandados, assassinos e torturadores, condenados, postos na prisão. Aqui, a conciliação: perdão para quem matou, torturou, prendeu e cometeu outros crimes. Aqui, a permanência de denominação de ruas, estradas, viadutos, praças, com o nome de assassinos do trágico período.

E o pior: em consequência desta anistia a crimes, nem mesmo a esquerda, em geral, levou adiante um trabalho de explicação ao povo do que foi uma das fases mais trágicas da história do Brasil.

Tudo ficou como se nada ou quase nada de grave tivesse ocorrido, como obra de quem traiu o país e seu povo.


E o resultado, com o tempo, viria: não sabendo o que foi uma ditadura das mais sangrentas da América do Sul, uma parte da população brasileira, idealizando um regime de crimes contra o pais, acabou por eleger Bolsonaro presidente, um apologista daquela época e de todas as suas crueldades. Apoiando-o, outros tantos fardados, também saudosos de um momento em que seus colegas de quartéis se juntaram a uma potência imperialista para implantar uma ditadura da qual não nos deveríamos esquecer jamais, dizendo: ditadura nunca mais! Traição ao nosso povo nunca mais!


Felizmente, uma vitória. Dia 31 de março, foram poucos os que inspirados no presidente de torturadores e assassinos se dispuseram a comemorar esta triste dada, dia da Tragédia Nacional. Vitória da reação do povo - ainda não forte - a tantas atitudes criminosas de um inimigo da democracia, do povo e da vida.


Duas grandes desgraças, em 57 anos da história brasileira : a ditadura de 64 e os crimes de seus agentes; e, hoje, no Palácio do Planalto, o seu mais destacado defensor, que, criminosamente, chama multidões a não se prevenirem contra a Covid 19, jogando contra sua vida e, ao mesmo tempo, sadicamente, zombando de tanta gente que perdeu seus entes queridos e do povo, cheio de vontade de viver.


A eleição de Bolsonaro, em 2018, é uma prova de que a ditadura militar, tida como morta, ainda dá cria.


Alberto Souza- Militante dos Direitos Humanos

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