Aldo Santos

18 de jun de 20222 min

Nota de repúdio contra o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips

O mundo acompanha estarrecido o assassinato de Bruno Pereira e DOMINIC PHILLIPS, conforme e expresso em nota da União dos povos Indígenas do Vale do Javari, no extremo oeste da Amazônia. Todos os organismos nacionais e internacionais “Reafirmam que os mesmos são parceiros, defensores dos direitos Humanos, sendo, portanto, uma perda inestimável”.

O genocídio dos povos nativos desde a invasão do Brasil, a partir de 1500, tem sido uma constante na vida dessas populações nativas, que foram denominadas erroneamente de “índios”. Ora, todos sabemos desde o século XVI que aqui são as Américas e nãos as Índias Ocidentais. Milhões de nativos foram dizimados tanto pela escravidão quanto pela efetiva resistência contra a barbárie do colonialismo capitalista.

O testemunho e a solidariedade a estes povos ainda é o nosso esperançar e a utopia presente por um mundo novo, pleno de direitos, liberdade, partilha e comunhão dos iguais. Cumpre ressaltar que Dom e Bruno também se preocupavam com os povos ribeirinhos, o que é atestado pelo livro que Dom escrevia, populações tão abandonadas quanto a dos povos originários. Eles também são vítimas do narcotráfico, dos madeireiros e garimpeiros ilegais que de uns tempos para cá parece estão agindo livremente na região do Javari.

Somamo-nos assim aos lutadores contra a necropolítica dos invasores e governantes que ao longo dos séculos não conseguiram e não conseguirão apagar a história, luta e resistência dos primeiros habitantes do Novo Mundo, razão central de nossa geopolítica da resistência.

Nossos sentimentos de tristeza e pesar aos amigos e familiares enlutados e a toda história de opressão e matança perpetrada com o sangue do nosso povo; lutaremos para que seja varrida e jogada no lixo da história, pois a semente do presente e do amanhã nunca será contida por quem quer que seja, por mais tenebrosa que possa parecer.

Milhares de assassinados silenciosamente neste pais, somados aos de grande repercussão internacional, infelizmente, têm sido o preço da defesa da Amazônia, do meio ambiente, dos nativos, dos povos das florestas e dos militantes construtores de um mundo novo que virá e reinará.

Para encerrar, expressamos aqui nossa estupefação com o posicionamento da Polícia Federal que já concluiu “não haver mandantes dos crimes, que os acusados agiram por conta própria...”. Exigimos a prisão, apuração e condenação dos assassinos e mandantes que planejaram e cometeram esse crime hediondo.

Exigimos também a apuração da responsabilidade, Julgamento e condenação do governo Bolsonaro pelo abandono e o caráter preconceituoso com que trata os povos indígenas, até pela conivência com as quadrilhas que destroem o meio ambiente e as florestas. Se como disse o presidente, ao ser inquerido pelo jornalista Dom Philips numa entrevista, que a Amazônia não é do estrangeiro, dizemos que ela não é de nenhum governo, ela é do povo brasileiro e patrimônio de toda a humanidade.

Nosso dever é explorar os seus recursos de forma sustentável e cuidar igualmente dos povos que nela habitam há séculos!

Justiça para Dom Philips e Bruno Pereira já!

DIRETORIAS DA APROFFIB e da APROFFESP

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